Um encontro com Jesus transformou a vida de uma mulher muçulmana e imigrante na Holanda. Sua história envolvia desde a rigidez sufocante do islamismo até a escravidão das drogas, mas tudo mudou quando teve uma visão sobrenatural do Filho de Deus e se rendeu a Ele.
Samira Marikh, nascida no Marrocos, migrou com a família para a Holanda e enfrentou as dificuldades naturais de uma mudança tão drástica. Isolada, só tinha contato com outras famílias imigrantes e que viviam na miséria. O único contato com crianças holandesas ocorreu na escola, o que a levou à rebeldia na adolescência por conta do choque cultural.
“Não tive uma infância fácil. A Holanda não era tão multicultural como é agora. No Marrocos, minha mãe ia muito bem na escola, mas aqui ficou para trás e teve dificuldade em recuperar o atraso. Ela teve que lidar com o bullying, que teve muita influência em uma menina tão jovem mudando de país. Meu pai tinha 21 anos quando veio para a Holanda. Ele teve muitos problemas de adaptação e eventualmente começou a usar drogas”, resumiu Samira.
“Você vê que seus pais se sentem infelizes e eventualmente se divorciam. Eu tinha 13 anos, minha irmã e eu fomos criadas por minha mãe, embora também tivéssemos contato ocasional com meu pai”, relembrou ela em entrevista ao canal De Laatste Reformatie/TLR Netherlands no YouTube.
A realidade de Samira na infância era de contato com outras famílias marroquinas em situação de miséria, e isso produziu um impacto negativo, levando-a ao questionamento sobre o propósito da existência: “Vi muitos marroquinos infelizes, que tinham muita miséria, dor e tristeza. Havia uma atmosfera espiritual que me afetou. Isso me deixou uma criança bastante nervosa. Eu sofria de muita ansiedade à noite, muito extrema. Agora, como cristã, entendo que foi uma batalha espiritual”.
As amizades que desenvolveu na escola a levaram à rebeldia anos depois, na adolescência: “Fiquei deprimida, procurei uma fuga através do uso de drogas, o que me deixou ainda mais deprimida. As coisas foram de mal a pior”.
“Fiquei esgotada, estava completamente exausta. Eu não conseguia mais trabalhar e não sabia que caminho seguir, onde poderia encontrar a felicidade ou as respostas para todas as perguntas que tinha. Eu não entendia minha existência. Nada fazia sentido. Este era o meu estado emocional antes de Jesus entrar na minha vida”, lamentou.
O socorro em Jesus
Sua experiência de mudança completa de vida ocorreu aos 29 anos de idade, quando pela primeira vez encontrou com o Redentor em uma experiência sobrenatural: “Eu estava na cama. De repente minhas mãos ficaram muito quentes, senti como se estivessem pegando fogo. Aí o fogo passou por todo o meu corpo e pensei: ‘Não vou chegar aos 30 anos’. Foi tão assustador”.
Imediatamente a mulher muçulmana entendeu que estava diante do Criador: “Pela primeira vez olhei para cima, percebendo que um Deus poderia me ajudar. E disse: ‘Deus, se você realmente existe, me deixe viver’. Antes que eu percebesse, eu estava confessando meus pecados, não sabia de onde isso veio porque não tinha nenhum cristão ao meu redor que tivesse me contado sobre isso”.
“‘Senhor, se você me deixar viver, farei tudo o que você disser’. Quando eu disse isso, de repente uma luz branca surgiu em meu quarto. Quando acordei de manhã, percebi que algo havia acontecido. Pela primeira vez na minha vida tive paz e tranquilidade em minha mente. Nunca tinha vivido isso antes, sempre tive a cabeça muito agitada, com muitos pensamentos e vozes. De repente, todas as vozes desapareceram e minha cabeça ficou em silêncio. Percebi que era algo bom, mesmo que eu não conseguisse identificar”, testemunhou.
Aos poucos, a mudança interior de Samira começou a se tornar visível para as pessoas à volta, o que a motivou a investigar o que havia ocorrido com ela: “Uma voz surgiu dentro de mim e estava me ajudando. Olhei para cima e disse: ‘Deus, é você? Se é você quem está fazendo isso comigo, gostaria de saber quem você é. Que religião ou filosofia é essa, onde devo procurá-lo?’”.
De acordo com informações do Revive, Samira relatou que passou a buscar a Deus em diversos livros e acabou lendo a Bíblia: “Depois de um tempo tive vontade de meditar e então senti que alguém estava parado ao meu lado. Olhei e não vi nada, mas sabia que Jesus estava ali. Ele disse: ‘Você pode interromper sua busca. Eu sou aquele que você tem procurado durante toda a sua vida’”.
“Meus olhos se abriram, eu sabia, Ele é quem eu procurava. Tudo o que Ele disse se tornou verdade em mim e então fui inundada por seu amor. Um tipo de amor que nunca senti antes na minha vida. À medida que lia mais a Bíblia, aprendi que a voz que me guiava era o Espírito Santo. Pensei: ‘Este é o único livro que explica adequadamente o que aconteceu comigo’”, descreveu a ex-muçulmana.
Batismo e evangelismo
Ela encontrou, pela internet, cristãos que pudessem ajuda-la a ser batizada nas águas. Quando foi batizada, uma entidade missionária a procurou e pediu para gravar seu testemunho de conversão, e ela aceitou. O vídeo foi mal recebido pelos muçulmanos, o que gerou ameaças de morte e xingamentos online.
Porém, o testemunho alcançou pessoas que precisavam ouvi-lo: “Teve muito impacto. Encontrei ex-muçulmanos que se tornaram cristãos e o meu vídeo desempenhou um papel importante nisso”, disse ela, explicando o motivo de criar um canal voltado à evangelização: “O objetivo é compartilhar o máximo possível de testemunhos de cristãos de origem árabe, em diferentes idiomas. Eu me perguntava como conheceria pessoas, mas Deus disse que cuidaria disso”.
Mesmo tendo seu relacionamento com sua mãe prejudicado por ter se tornado cristã, Samira continua focada em atrair outros muçulmanos ao Evangelho através de seus vídeos: “Tenho testemunhos de cristãos de origem marroquina, argelina, turca, síria e iraquiana. Os vídeos também podem servir de incentivo para ex-muçulmanos que já se tornaram cristãos, mas não sabem que existem muitos outros. E para os cristãos com um coração voltado para os muçulmanos. As suas orações não são em vão, algo também está acontecendo na Holanda. Isso é realmente encorajador”, finalizou.
Fonte: Revive
*Tradução por Júlia Macedo*
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