Na última sexta-feira (9), ocorreu um evento significativo em Nuremberg, Alemanha, onde um pastor virtual, representado por um avatar de um homem negro e barbudo, transmitiu um sermão de 40 minutos em uma igreja. Essa ocasião despertou reflexões sobre a história da Igreja Cristã, lembrando que Martinho Lutero pregou suas 95 teses há mais de três séculos na cidade de Wittemberg, localizada a 350 km de distância.
O culto experimental realizado na igreja luterana St. Paul atraiu aproximadamente trezentas pessoas, que presenciaram uma experiência quase inteiramente gerada por inteligência artificial através da plataforma ChatGPT. O “pastor” virtual convidou os fiéis a se levantarem para louvar o Senhor no início do culto, enfatizando que era uma honra ser a primeira inteligência artificial a pregar na convenção dos protestantes na Alemanha neste ano. O avatar, com rosto impassível e voz monótona, transmitiu sua mensagem, conforme relato da Associated Press.
A presença de Anna Puzio, pesquisadora em ética da tecnologia da Universidade de Twente, na Holanda, no culto experimental, ressalta a percepção de muitas oportunidades no uso da inteligência artificial na religião. Essas tecnologias podem tornar os cultos mais acessíveis e inclusivos para os crentes. No entanto, Puzio também aponta o desafio de distinguir a IA de seres humanos, uma vez que a semelhança entre eles pode levar ao engano.
Fim dos pastores?
Diante desse contexto, é válido refletir sobre a possibilidade de frequentar uma igreja que ofereça experiências produzidas regularmente por inteligência artificial. Seria o fim dos pastores e pastoras?
Para o pastor Kenner Terra, o tema merece reflexão.