Uma descoberta notável na Cidade de Davi foi feita por arqueólogos em Jerusalém, que encontraram uma estrutura que remonta há mais de 3.000 anos. No Parque Nacional das Muralhas de Jerusalém, pesquisadores descobriram um fosso de até 9 metros de profundidade, confirmando descrições bíblicas e lançando nova luz sobre a história antiga da região.
A descoberta do fosso, datado da época em que Jerusalém era a capital do Reino de Judá, separava a área residencial ao sul da cidade alta, onde estavam localizados o palácio e o templo. A Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) destacou a monumentalidade da construção do fosso, que alterou significativamente a topografia natural, demonstrando o poder dos governantes de Jerusalém na época.
O professor Yuval Gadot, da Universidade de Tel Aviv, mencionou que após a descoberta, os relatórios de escavação anteriores da arqueóloga britânica Kathleen Kenyon, que trabalhou na Cidade de Davi na década de 1960, foram reexaminados. Kenyon havia observado uma inclinação anômala na rocha natural que ela pensou ser um vale natural, mas agora se sabe que ela havia encontrado a continuação do fosso, esculpido a oeste.
A ligação entre as duas seções descobertas forma um fosso profundo e largo que se estende por pelo menos 70 metros de oeste a leste. Embora a data exata da escavação do fosso ainda seja incerta, há indícios de que ele surgiu durante a Idade do Ferro, período em que os livros dos Reis e de Samuel foram escritos.
O professor Ronny Reich, da Universidade de Haifa, e Eli Shukron, arqueólogo da IAA, sugerem que o fosso foi projetado para proteger a cidade do norte, seu ponto vulnerável, durante a época do Primeiro Templo e do Reino de Judá (século 9 a.C.). A referência bíblica em Reis 11:27, onde o rei Salomão é citado ao construir o “Milo”, apoia a teoria de que o fosso foi utilizado para defesa estratégica:
“Foi assim que ele se revoltou contra o rei: Salomão tinha construído o Milo e havia tapado a abertura no muro da Cidade de Davi, seu pai.”
A descoberta impressionante do fosso não apenas confirma relatos históricos, mas também proporciona uma compreensão mais profunda sobre a engenharia e a vida cotidiana em Jerusalém durante a Idade do Ferro.