E Jesus lhe disse: “Por que você me chama de bom? Ninguém é bom, exceto Deus somente (Lucas 18:19)
– Normalmente dizemos que algo é bom num contexto emocional.
Basicamente, se faz sorrir ou se dá prazer, é bom! E quanto mais imediato esse efeito, consideramos “muito bom”.
Mas o que as escrituras nos dizem desde o princípio?
Genesis 1:4
“E Deus viu que a luz era boa. E Deus separou a luz das trevas.”
A Luz é a primeira coisa boa e isso aconteceu no primeiro dia da criação.
Curiosamente no segundo dia não temos algo sendo chamado de bom, mas em todos os outros dias é registrado algo bom.
Para chegar a alguma conclusão precisamos verificar o antes e o depois de cada coisa que recebeu o adjetivo de bom.
Primeiro dia a luz.
Antes: trevas
Depois: tarde e manhã (manipulação dos tons desde os mais escuros até os mais claros através da luz).
Terceiro dia a terra
Antes: Misturada com as águas, caos.
Depois: produção de vegetação, frutos, sementes, espécies diferentes.
Quarto dia Sol, Lua e Estrelas.
Antes: Apenas separação de luz e trevas.
Depois: Cada luminar governa um período, indica estações e sinais para dias e anos (criação do tempo).
Quinto dia as Águas.
Antes: Apenas separação da terra e das águas de cima.
Depois: Separação de diversos tipos de águas e produção de infinitos seres viventes.
No sexto dia Deus fez os animais com o propósito de encher e movimentar a terra na mesma dinâmica que ele havia feito com as águas. E fez o homem para governar sobre tudo.
Com esse exercício de antes e depois observe que tudo o que é chamado de bom, está intimamente ligado a funcionalidade, utilidade e produtividade.
O segundo dia, mesmo sendo trabalho, não recebeu esse adjetivo. Talvez por não ter uma ligação direta com a produção e multiplicação como se observa nos outros dias. E isso não quer dizer que o trabalho do segundo dia está sendo menosprezado, pois a visão dos fatos aqui não é emocional, mas concreta. O próprio Criador não chamou de bom o serviço do segundo dia e isso não quer dizer que foi um trabalho em vão, mas que o que foi feito nesse dia, simplesmente não se aplica ao que o Criador chama de Bom.
Então o conceito é:
Bom é aquilo que é útil, funcional, que produz e multiplica.
Quando Jesus proferiu a parábola dos Talentos, ele confirmou esse conceito.
Está em Mateus 25.
Foi entregue uma quantidade de talentos para cada servo e quando eles mostram resultados produtivos com o que foi dado, são chamados de “servo bom e fiel”. Porém, um deles que recebeu apenas um talento, por medo de perder o que tinha, enterrou. E no dia da prestação de contas tentou se justificar, mas foi chamado de servo mau.
Nesse texto vemos o significado do que é bom, de forma clara.
– Ser mau é não produzir ou ser inútil, enquanto ser bom é ser produtivo!
Voltando ao princípio, quando Deus decidiu fazer a mulher, o homem já estava trabalhando.
“Então disse o Senhor Deus: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora idônea para ele” Gen.2:18.
O homem deu nomes a todos os animais domésticos, às aves do céu e a todos os animais do campo. Mas para Adão não foi encontrada uma auxiliadora que lhe fosse adequada. (Gen. 2:20)
Então o Senhor Deus fez cair um sono profundo sobre o homem e, enquanto ele dormia, tomou uma de suas costelas e fechou o lugar com carne (Gen.2:21)
E da costela que o Senhor Deus tomou do homem, ele formou uma mulher e a trouxe ao homem. (Gen.2:22)
– A criação da mulher acontece no contexto de cooperação desse sistema criado, pois a primeira vez que Deus diz “não é bom” é justamente quando Adão está sozinho em seu trabalho.
Enquanto muitas pessoas imaginam o sentimento de solidão, é muito expresso que Adão estava bem ocupado. Ele não estava olhando para as estrelas com uma lágrima turva nos olhos enquanto pensava na sua possível parceira.
A criação de Deus é dinâmica. Não é monótona e sem propósito!
A criação da mulher é muito mais por questão funcional do que emocional (para não dizer zero emocional).
Após a criação da mulher é dito aos dois:
“Frutificai e multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a, e dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os seres viventes que se movem sobre a terra”. (Gen. 1:28.)
Quando o homem e a mulher conhecem a diferença entre o bem e o mal eles passam a ter escolhas egoístas e contrárias ao propósito da criação. Perdem o foco de seu papel no todo e priorizam seus corpos, se envergonhando um do outro, criando distância. Certamente isso não foi bom!
O caso mais extremo foi quando Caim totalmente desfocado de seu propósito como ser vivente, envaidecido e egoísta mata seu irmão Abel.
Assim ficou claro que quando o foco não é o caminho do Criador, o homem se perde na busca da satisfação própria, destruindo a si mesmo e destruindo também a criação de Deus.
Em Genesis 2:17
mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
A palavra traduzida para “certamente”, na verdade é a mesma palavra para Morrerás.
Ela acontece duas vezes seguidas na escrita hebraica (מ֥ות תָמֽות). Seria literalmente: “Morte, morrerás” ou “morrerás, morrerás”. Provavelmente o Criador já estivesse falando das mortes espiritual e física. Uma sendo a consequência da outra, pois a falta de visão espiritual do propósito de criação foi determinante para a morte física deles.
Saltando no tempo, em Genesis 13, Ló e Abraão se separaram.
Ló procurou pelas melhores terras para continuar seu trabalho de cuidar do gado e manter os negócios.
O problema é que as pessoas daquele lugar tinham um comportamento inútil e contrário ao funcionamento do sistema do Criador.
Genesis 19:4-5.
Antes que eles fossem dormir, todos os homens de todas as partes da cidade de Sodoma, tanto jovens como velhos, cercaram a casa e chamaram a Ló e disseram-lhe: “Onde estão os homens que vieram a ti esta noite? Traga-nos aqui para que tenhamos relações com eles.
– Fica evidente o nível de egoísmo, inutilidade e contramão que aquelas pessoas estavam.
Ezequiel 16:49-50
Ora, este foi o pecado de Sodoma, tua irmã: ela e suas filhas eram arrogantes, super nutridas e despreocupadas; não ajudavam os pobres e necessitados.
Eles foram arrogantes e fizeram uma abominação diante de mim. Então eu os removi, quando os vi.
– Além de inúteis para a criação também eram rebeldes, pois colocavam em risco aqueles que se mantinham no caminho do Criador.
Dando outro salto no tempo, agora o Criador forma uma nova nação e começa a passar detalhadamente suas instruções. e pelo tempo que foram seguidas, a nação se tornou a mais poderosa do mundo, sendo referência em todos os aspectos possíveis. Assim foi Israel.
O livro de Levíticos contém a maior parte das instruções diretas do Criador sobre como ele quer o funcionamento das coisas.
Infelizmente, muitas pessoas presas na religiosidade das doutrinas humanas, acabam desprezando o maior manual de instruções diretas do Criador, dizendo que são questões de cultura e de época.
Em Levíticos 18 temos:
Não dê nenhum de seus filhos para ser sacrificado a Moloque, pois você não deve profanar o nome de seu Deus. Eu sou o Senhor.
Também não te deitarás com nenhum animal para te contaminares com ele, nem mulher alguma se porá diante de um animal para se contaminar com ele;
Não vos contamineis com nenhuma destas coisas; porque em todas estas se contaminaram as nações que eu expulso de diante de vós.
Não acasale diferentes espécies de animais. Não plante seu campo com dois tipos de semente. Levíticos 19:19.
São muitas instruções e cada um desses princípios quando colocados sob apreciação, trazem informações atuais de como ajustar nossas vidas para ser o que devemos ser.
Deuteronômio 32:4
“Ele é nossa Rocha, suas obras são perfeitas e todos os seus caminhos são justos.”
Nas palavras de Moisés, Deus é a rocha, a base que podemos confiar.
O Rei Davi expressará esse mesmo significado usando a expressão “Ele é Bom e sua benignidade dura para sempre!”
Salmos 136:1
Dai graças ao SENHOR, porque ele é bom, porque a sua benignidade dura para sempre.
Quando Jesus disse que apenas o Pai é bom, não trazendo para si este louvor, Ele estava dizendo que aquele ser com aparência humana diante deles também era obra do Criador.
Jesus é a manifestação em carne de toda palavra do Criador, portanto, uma obra, um trabalho perfeito para o projeto de salvação da humanidade que saiu dos caminhos.
Agora vejamos um caso diferente:
Mateus 13:58
E não fez ali muitos milagres por causa da incredulidade deles.
Neste caso, Jesus não fez muitos milagres e a razão é explicada.
Se Jesus cura, liberta e opera sinais em benefício de pessoas que não creem nos seus caminhos e não vão lhe seguir, como isso seria produtivo para seu reino? Ele estaria trabalhando contra o propósito do pai.
O propósito dos sinais e milagres são para os que creem, para os que se mantém firmes na Emunah (fé), pois firmes continuarão produzindo para o propósito que foram criados. Não é à toa que os discípulos são chamados de servos!
Quando as pessoas dizem cosias do tipo: “Cada um sabe o que é bom para si” ou “o que é bom é relativo”; “elas estão confessando a distância que se encontram do caminho mostrado pelo Criador e sabemos onde isso pode chegar pelas referencias como o caso de Sodoma.
Nesse mundo que pertence ao Criador, somos privilegiados pois o Pai pacientemente nos permite ficar enquanto aprendemos sua vontade e propósito, aturando nossos erros e rebeliões durante a ignorância. Mas quando entendemos seu propósito, precisamos apoiar sua obra.
Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede e destes-me de beber; era estrangeiro e me convidastes a entrar, estava nu, e me vestiste; adoeci e me visitastes; Eu estava na prisão e vocês vieram a mim (Mateus 25:35-40).
Shalom Shalom,
Até breve!