Uma das melhores definições sobre a essência do evangelho de Jesus Cristo é o conceito de inclusão, tendo em vista que o plano de salvação de Deus para a humanidade tem por objetivo alcançar o maior número possível de vidas, incluindo a dos portadores de condições especiais, como as pessoas com TEA.
No entanto, saber como incluir tais pessoas ainda é um desafio para muitas igrejas, já que algumas necessitam de uma abordagem diferenciada, com foco em suas limitações ou potenciais mais amplos.
Foi pensando nisso que alguns profissionais resolveram dar dicas para que as igrejas saibam como incluir melhor os autistas, um público que atualmente representa 2 milhões de pessoas no Brasil.
Para a psicóloga Daniela de Almeida Souza Cruz, por exemplo, as igrejas precisam primeiramente identificar o tipo de autismo em cada caso, já que cada indivíduo está inserido dentro de um “espectro”, vindo daí o nome Transtorno do Espectro Autista (TEA).
“Materiais adaptados e de fácil linguagem, não só beneficiam pessoas com autismo, mas beneficiam a todos. Todas as crianças serão beneficiadas com um material didático acessível, mais explicativo e interativo”, disse ela ao Guiame.
Daniela também destacou algo muito importante, ao explicar que a ideia correta de inclusão não é meramente promover adaptações para o portador de alguma necessidade especial, mas sim torná-lo parte das práticas e convivências da comunidade em geral.
“Isso é um ganho não só para a pessoa com autismo, mas também para todos que ali estão, porque a inclusão não é eu fazer alguma coisa para uma pessoa específica, mas eu incluir naquilo que eu já estou fazendo todas as pessoas”, disse ela.
Singularidade
A terapeuta ocupacional Caroline Silva dos Santos também deu orientações, explicando que os autistas são singulares quanto à compreensão. Alguns, por exemplo, são superdotados, enquanto outros possuem maior dificuldade para a aprendizagem.
Ela diz que “em geral, usar linguagem simples, de fácil entendimento; utilizar imagens, fotos e vídeos” é um recurso valioso, mas levando em consideração que no caso dos superdotados, já é preciso outra abordagem. “Nestes casos, se fala normalmente, como com qualquer outra pessoa neurotípica”, explica.
A terapeuta explica que no caso do evangelismo, é preciso utilizar recursos criativos. Ela citou como exemplo as parábolas de Jesus. Para os autistas, imagens, vídeos e objetos diversos, como brinquedos, podem compor o leque de materiais necessários para se fazer compreendido.
Já para o acolhimento em alguma eventual crise estereotípica, a profissional ressalta que o ideal é “ter um espaço preparado, com menos estímulos visuais e auditivos, propiciando uma acomodação sensorial para regulação do sistema nervoso da criança. Este espaço também pode ser usado por autistas adultos em casos de sobrecarga sensorial”, conclui.
Fonte: Gospel Mais
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