O Flamengo saiu na frente na decisão do Campeonato Carioca 2014. Com dois gols de Pedro e um contra (Ronald), o Rubro-Negro se aproximou da 38ª conquista do estadual do Rio de Janeiro ao vencer o Nova Iguaçu por 3 a 0.
No domingo que vem, novamente às 17h, o Flamengo pode empatar e até perder por 2 a 0 para garantir a primeira taça do ano de 2024 – depois de frustrantes vices em 2023. Antes, o Rubro-Negro estreia na Libertadores, em Bogotá, na Colômbia, contra o Millionarios, às 19h, na terça-feira.
Na entrevista coletiva após a partida, o técnico Tite elogiou a produção da equipe e o jogo do adversário, mas descartou poupar no segundo jogo da final, entre os dois jogos da Libertadores na primeira fase – depois do Millionarios no dia 2 na Colômbia, a equipe recebe o Palestino, dia 10.
– Não (vou poupar). Eu aprendi na vida que, sempre, o próximo passo é o mais importante. E isso me fortalece numa coincidência, se eu ficar olhando por cima da situação. Estou falando de coração aberto – afirmou o treinador.
Ao lado de César Sampaio, Tite elogiou bastante Carlos Vitor, treinador do Nova Iguaçu. Para ele, é possível concluir que faz trabalho “muito superior” ao dele pela diferença de investimento e de estrutura entre as equipes.
– Foi confronto do melhor ataque contra o terceiro melhor ataque. Com opções ofensivas. Com duas equipes que gostam de bola, gostam de jogo, o Carlos está muito de parabéns, mas não pouco, é muito. Falei pra ele pessoalmente, falo de forma pública. A qualidade da equipe da Nova Iguaçu não éo o acaso. Tem trabalho, talvez, muito superior ao meu. Porque ele não tem todo o aparato que o Flamengo me proporciona. E ele, sem todas essas condições, ele consegue fazer uma campanha exemplar. Então, eles tinham perdido um jogo, mas está nada decidido. É uma vantagem, sim, considerável, sim. Mas nós temos consciência, até porque o Flamengo e o César (Sampaio) aqui, nós também já iniciamos a nossa carreira e o Carlos, e sabemos dar valor a isso – disse o treinador do Flamengo.
O treinador do Flamengo foi questionado sobre a ausência de Gabigol, suspenso por tentativa de fraude em julgamento no Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem. Ele foi homenageado pela torcida do Flamengo e recebeu o carinho do técnico.
– O que eu posso fazer agora é ser solidário a ele. Mandei mensagem a ele, a gente quer ele o mais rápido possível de volta, mas quer também que essa situação no aspecto jurídico e direitivo que ela seja resolvida. A situação tem as suas particularidades jurídicas no caso, que está sendo analisado. Enquanto departamento técnico, a gente está com ele, os profissionais estão acompanhando, fazendo treino específico dentro da base das leis. Pois tem uma situação legal. A gente está realizando esse aporte importante para que, pós-julgamento, a gente tenha ele de volta. Queremos ele de volta, se assim o julgamento determinar – afirmou Tite.
Mais da coletiva de Tite
Pressão na bola
– A pressão que nós exercemos é sempre na bola, ela é a referência. Deu tiro de meta, nós não voltamos pra marcar uma linha. Nós fizemos pressão sempre. O Nova Iguaçu tentou sair jogando em todas. Porque os dois gostam da bola. A compactação, ela se dá depois intermediária quando a bola está ali. Depois tem uma pressão baixa, porque o adversário daqui a pouco conseguiu ultrapassar. E a bola está dentro do nosso campo e nós temos que compactar. Então a referência de movimentos da equipe, ela se dá em relação à bola. Nós tivemos um volume muito grande de oportunidades.
Início do trabalho no fim de 2023
– A gente só consegue desenvolver um trabalho melhor agora nesse ano, na primeira temporada, porque a gente veio antes. Não era a intenção de vir, confesso. Eu gostaria de pegar o início do trabalho, porque era uma situação muito difícil, uma exigência muito alta. Mas todo o trabalho da comissão técnica adianta também o trabalho, mesmo que ficasse com possibilidade de resultados negativos. A exigência de Flamengo é muito alta. A gente conseguiu, naqueles 12 jogos, juntamente com a equipe, a classificação para a Libertadores. Mas também nos adiantou o processo para nós fazermos esse início de ano agora.
Contratação de adversário Carlinhos
(César Sampaio) – O Bruno (Spindel, diretor de futebol) salientou que falta o exame médico ainda, ele tem mais uma semana de Nova Iguaçu. É um destaque da competição, sabíamos da necessidade do jogador. Ele chama muita atenção não só pelos gols, então parabenizo a diretoria pelo processo de tomar a iniciativa de fechar, porque a gente sabe como são as negociações. Muitas vezes são horas, minutos, que você acaba perdendo oportunidades importantes. Mas a gente se reserva no direito de falar do Carlinhos do Flamengo na próxima semana. Até por uma questão ética, ele tem uma semana de Nova Iguaçu e a gente respeita. Depois, esperamos de braços abertos aqui.
Jogo na altitude de Bogotá
(César Sampaio) – Nós tivemos uma experiência importante no passado recente, com o resultado conseguido com a Seleção. Com cuidados dessa parte de logística, cuidados do departamento de saúde, dos médicos e dos preparadores físicos também. A gente confia muito nesse processo e, como atleta, eu tenho mais resultados positivos – e como gestor também – na altitude do que negativo. Se você já chega com uma mentalidade que vai ser difícil, que a dificuldade é muito mais nossa do que do adversário, isso pode trazer um sentimento de inferioridade. Tem o momento de chegar, o horário de chegar, como chegar, em termos até de refeições também, a gente tem tudo isso muito bem organizado, entendo aí que essa parte física não deve ser algo que venha nos prejudicar.
13 mil gols na história do Flamengo
(César Sampaio) – Surpreso pelos números, não sabia. Nós ficamos felizes também porque tudo isso é trabalhado. É resultado primeiro de um diagnóstico, de uma identificação e de simulações dos treinamentos. Não foi um acaso, foi um resultado de um processo árduo, de preparação, de entrega, de confiança dos atletas, de aplicação de todos.
(Tite) – Equilíbrio, vou falar de novo, equilíbrio! Se você fizer um monte de gol, não adianta tomar um monte de gol lá atrás. Vai ficar inconstante, sem segurança, sem confiança. Não adianta você ficar não tomando gols para não fazer nada na frente e não agredir o adversário. É uma lógica, o futebol é tão simples, mas é… Bota a bunda lá atrás e vai perder. Quer botar oito atacantes e não tem um compromisso em compactar a equipe naquelas diferentes alturas da bola, vai perder. Ou a chance, desculpa, a chance de perder é maior.
Fonte: Globo Esporte
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